"Sérios riscos". Rússia aconselha cidadãos a evitarem viagens aos Estados Unidos
A Rússia aconselhou esta quarta-feira os seus cidadãos a evitarem viagens para os Estados Unidos, Canadá e alguns países europeus por considerar que correm o risco de serem "perseguidos" pelas autoridades norte-americanas. Segundo Moscovo, as relações com Washington estão na pior fase das últimas décadas.
"Aconselhamos os cidadãos a absterem-se de viajar para os Estados Unidos e para os seus Estados satélites aliados - incluindo, em primeiro lugar, o Canadá e, com algumas excepções, os países da União Europeia - durante estas férias", apelou.
Os EUA também já tinham aconselhado os seus cidadãos a não viajarem para a Rússia, afirmando que "podem ser perseguidos ou detidos por agentes de segurança russos" e que "a aplicação arbitrária das leis locais" se deve à sua nacionalidade.Moscovo e Washington acusam-se mutuamente de deterem cidadãos com base em acusações falsas e sem qualquer fundamento.
Quer diplomatas russos como norte-americanos já alertaram que as relações entre Moscovo e Washington estão na pior fase desde a crise dos mísseis em Cuba em 1962. Em causa estão as divergências sobre a guerra iniciada pela Rússia na Ucrânia.
A tensão aumentou no mês passado, depois de os EUA terem dado permissão a Kiev para usar mísseis balísticos de longo alcance para atacar território russo. Em resposta, Moscovo acenou com a ameaça de ataques nucleares.
Os EUA têm sido o maior apoiante da Ucrânia, atribuindo a esse país 62 mil milhões de dólares em ajuda militar desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022.
Esta quarta-feira, a Rússia criticou também o empréstimo de 20 mil milhões de dólares concedido pelos EUA à Ucrânia, que será garantido pelos lucros obtidos com a apreensão de ativos russos.
"Trata-se de um desejo maníaco de prolongar a agonia do regime de Kiev, do próprio [presidente ucraniano Volodymyr Zelensky] e de todos estes negócios corruptos que o regime de [Joe] Biden criou em torno da situação na Ucrânia", declarou Maria Zakharova.
c/ agências